Maria Isabel Raenke Ertel
Na tela das coisas belas da vida
Pudera eu pintar
A aurora de cada manhã
Os raios de sol que chegam sem avisar
E Fazem o milagre da vida acontecer
As minúsculas gotas de orvalho
Que carinhosamente banham a relva
O encantamento das noites de verão
O movimento das ondas do mar
Embalando a luz da lua.
E dos dias frios de inverno
Os tons de cinza gélidos
Os mantos da névoa
Que encobrem a dor do tempo.
Os flocos de neve
Que bailam a valsa da solidão
A fina camada de geada
Que cobre o verde
Adormecendo o ciclo da vida
Até o despertar da primavera.
O perfume das flores silvestres
Que tão simples se vestem
Aos olhos dos jardins artificias.
Se pudesse guardaria comigo
Os acordes do tempo,
A cantoria do pássaros,
A sinfonia das águas,
A brisa vespertina
E no acaso do ocaso
Bordaria o crepúsculo que divide
O meu dia, da minha noite
Estampados na tela
Da minha saudade