domingo, 4 de setembro de 2011

Terra e Lua

Clara noite de lua cheia
Solitária pisava na areia
Vendo a lua se despindo
Desinibida sorrindo
Encantada tirando o véu
Fazendo striptese pra terra.
Lá das alturas do céu
Percebe a terra parada
Estática, esplêndida e calada
Pelo poder da sedução
Despertando o minúsculo embrião
Um broto que vem surgindo
E a seiva vai conduzindo
O segredinho da vida
O galho que dobra e cresce
O desabrochar da flor
E o fruto que aparece
Presencia a magia da plantinha
Que entrega em letargia
E, sonolenta adormece.
É a terra mesmo sofrida
Repondo no seu silêncio
Toda essência da vida
Nas claras noites de lua cheia
Vejo que a Terra e a Lua
Degustam da mesma ceia
A Terra embala a Lua
A Lua embala a Terra
Como um embalo poético
De poema, prosa e verso
As duas flutuam no útero do universo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário